A Via Verde tem sido alvo de diversas queixas por recusar trocar a pilha dos identificadores mais recentes, disponíveis desde 2010, obrigando os clientes a adquirir ou a alugar um novo equipamento, o que implica uma despesa maior. A empresa alega razões de ordem técnica.
A situação começou por ser denunciada nas redes sociais pelo cliente André Pereira, que contou como lhe foi recusada a troca da bateria. O ‘post’ que publicou no Facebook foi partilhado milhares de vezes e o Portal da Queixa recebeu dezenas de queixas. A Deco está a analisar uma queixa contra a Via Verde.
André Pereira acabou por fazer ele próprio a mudança da bateria. “Há tentativas de extorsão da empresa para que se compre/alugue desnecessariamente um identificador novo, fazendo com que se gastem 7 euros por ano em aluguer ou 22 euros no caso de aquisição. Isto, quando por 5 euros se fica com o problema resolvido por mais 7 anos”, escreveu no ‘post’, frisando que há lojas que já procedem à mudança da pilha.
André Pereira conta que o funcionário da Via Verde começou por dizer que o dispositivo não tinha pilha. Depois disse-lhe que tinha de comprar ou alugar um dispositivo novo, caso contrário o contrato seria rescindido por avaria. Acabou por assinar um documento a responsabilizar-se pela substituição da bateria.
Três opções quando a pilha chega ao fim
Quando a bateria acaba, a Via Verde propõe três opções: compra de identificador por 22 euros (garantia de 2 anos), aluguer por 7 euros/ano ou a modalidade ‘Leve’ (0,70 € por mês de utilização efetiva). Nos dois últimos planos, a garantia é vitalícia e cobre a substituição do dispositivo.
Razões de ordem técnica na origem
As queixas levaram a Via Verde a emitir um comunicado. A empresa afirma que “não pode haver substituição de bateria porque isso colocaria em risco a fiabilidade e a segurança de funcionamento do identificador”, pelo que “a nível mundial não se procede à respetiva abertura e manipulação”. E frisa que age assim “para garantir a segurança dos dados relacionados com o cliente e com as transações, bem como a segurança dos pagamentos”.
SAIBA MAIS
1991
A Via Verde é um sistema de portagem eletrónica que começou a funcionar em 1991. Quando o veículo passa pela portagem, um identificador colado ao para-brisas dialoga com uma antena e o valor é debitado na conta bancária do cliente.
Universidade de Aveiro
O sistema foi criado na Universidade de Aveiro. Hoje, a Via Verde é também usada para pagar portagens nas SCUT, estacionamento ou abastecer em bombas de combustível. Tem mais de 3 milhões de clientes.