A DGRSP – Direcção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais está a trabalhar num “enorme acordo” de colaboração com os ministérios da Administração Interna e Agricultura para envolver reclusos na limpeza de florestas.
Em declarações à agência do noticias Lusa, foi dito que o plano “ainda não está completamente desenhado”, mas existe “uma série de frentes” em que os reclusos podem ser integrados, por exemplo, na plantação de árvores e vegetação “que possa conter os incêndios” ou na limpeza florestas e matas.
Quando se colocou a questão sobre o número de reclusos que poderá vir a ser afeto a um plano dessa natureza, a resposta foi que “varia muito em função do que seja trabalho fora e dentro de muros” das cadeias.
“Se conseguirmos trabalho dentro de muros, como a manutenção ou limpeza de determinado tipo de equipamentos que possa ser feita dentro do estabelecimento, obviamente que o universo de reclusos pode ser grande”.
“Mas se falarmos em trabalho no exterior, como toda a gente compreenderá, tudo o que é feito em regime aberto é algo que temos de ter muitas cautelas, porque aqui um passo em falso significa muitos passos para trás”.
À agência Lusa foi ainda esclarecido que um plano deste género, com presos em regime aberto, envolverá sempre “universos pequenos” de reclusos, como os que prestam serviço há uns anos na serra de Sintra e na Mata Nacional do Bussaco, no distrito de Aveiro.
“Não podemos fazer isso com grandes números de pessoas porque é um risco muito grande (…) Essas pessoas [que defendem a limpeza das matas por parte dos presos] certamente não compreenderiam que puséssemos milhares de pessoas em regime aberto e elas começassem a cometer cr1mes. Nessa altura seriamos criticados e com fundamento. Não podemos correr esse risco, preferimos fazer menos mas bem do que muito e mal”.
“É uma evolução grande, mas jamais podemos ambicionar ter milhares de pessoas em regime aberto externo, não é exequível. Em regime aberto interno isso já pode ser, porque as pessoas estão dentro de muros, não estão na cela, estão no espaço do estabelecimento”.
Outra excelente opção seria existirem brigadas de reclusos para trabalhos florestais, mas nesta altura, esse cenário é “difícil de equacionar”, devido à falta de guardas prisionais. “Para brigadas temos de ter guardas e nós temos falta de guardas”.
A área florestal é “particularmente interessante” para projectos de reinserção de reclusos porque “é um trabalho com utilidade para a comunidade e feito numa atmosfera agradável”.
Fonte: jn.pt