Isto é algo preocupante que está a acontecer com os nossos "meninos" e nem sequer nos apercebemos disso. Mesmo que não tenha filhos, leia atentamente este texto sobre a ansiedade infantil, com uma entrevista com o Dr. Augusto Cury.
“Nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar às nossas crianças a fazerem pausas e contemplar o belo. Essa geração precisa de muito para sentir prazer: viciamos nossos filhos e alunos a receber muitos estímulos para sentir migalhas de prazer. O resultado: são intolerantes e superficiais. O índice de suicídio tem aumentado. A família precisa de se lembrar que o consumo não faz ninguém feliz. Suplico aos pais: os adolescentes precisam ser estimulados a aventurarem-se, a ter contato com a natureza, encantarem-se com astronomia, com os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não são rápidos como as redes sociais.”
2 – Excesso de estímulos
“Estamos a assistir ao assassinato coletivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes no mundo todo. Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do excesso de estímulos, sejam os presentes a todo momento, seja acesso ilimitado a smartphones, redes sociais, jogos ou excesso de TV. Eles estão a perder as habilidades sócio emocionais mais importantes: colocarem-se no lugar do outro, pensar antes de agir, expor e não impor as ideias, aprender a arte de agradecer. É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de transtornos psíquicos. Eles necessitam gerenciar os pensamentos para prevenir a ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. Aprender a não agir pela reação, no esquema ‘bateu, levou’, e a desenvolver altruísmo e generosidade.”
3 – Intimidade
“Pais que não cruzam o seu mundo com o dos filhos e só atuam como manuais de regras, estão aptos a lidar com máquinas. É preciso criar uma intimidade real com os pequenos, uma empatia verdadeira. A família não pode só criticar comportamentos, apontar falhas. A emoção deve ser transmitida na relação. Os pais devem ser os melhores brinquedos dos seus filhos. A nutrição emocional é importante mesmo que não se tenha tempo, o tempo precisa ser qualitativo. Quinze minutos na semana podem valer por um ano. Pais têm que ser mestres da vida dos filhos. As escolas também precisam mudar. São muito cartesianas, ensinam raciocínio e pensamento lógico, mas se esquecem das habilidades sócio emocionais.”
4 – Parabéns!
“Em vez de apontar falhas, os pais devem promover os acertos. Todos os dias, filhos e alunos têm pequenos acertos e atitudes inteligentes. Pais que só criticam e educadores que só constrangem provocam timidez, insegurança, dificuldade em empreender. Os educadores precisam ser carismáticos, promover os seus educandos. Assim, o filho e o aluno vão ter o prazer de receber o elogio. Isso não tem ocorrido. O ser humano tem apontado comportamentos errados e não promovido características saudáveis.”
5 – Conselho final para os pais
“Vejo pais que reclamam de tudo e de todos, não sabem ouvir, não sabem trabalhar as perdas. São adultos, mas com idade emocional não desenvolvida. Para atuar como verdadeiros mestres, pai e mãe precisam estar equilibrados emocionalmente. Devem desligar o telemóvel ao fim de semana e ser pais. Muitos são viciados em smartphones, não conseguem desconectar. Como vão ensinar os seus filhos e fazer pausas e contemplar a vida? Se os adultos têm o que eu chamo, o síndrome do pensamento acelerado, que é viver sem conseguir aquietar a mente, como vão ajudar os seus filhos a diminuírem a ansiedade?”